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OKR vs BSC

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OKR vs BSC

OKR vs BSC – qual é o melhor modelo de execução da estratégia e avalição de resultados para sua empresa? Essa é uma dúvida muito frequente de empresários, diretores executivos e gestores que tem sob sua responsabilidade a formulação e a implementação da estratégia corporativa.

Como a administração de empresas não é uma ciência exata, a resposta a essa pergunta depende de alguns fatores: cultura organizacional, setor de atuação, intensidade tecnológica, modelo de negócio, características do mercado, propósito e valores dos profissionais envolvidos na condução do processo.

Mas independentemente do modelo a ser adotado pela sua empresa, uma reflexão é necessária, conforme nos ensinou Stephen Bugay:

“Se quisermos saber se estamos ou não no caminho para a realização de uma estratégia, precisamos de um sistema de gestão estratégico: indicadores financeiros e não financeiros que nos informem quais são os efeitos das nossas ações e se estamos no caminho certo.”

Os OKRs e o Balanced Scorecard fornecem exatamente esses elementos, ajudando empresas de diferentes portes e setores de atividade a implementarem, com sucesso, a estratégia corporativa e avaliarem os resultados de forma consistente.

OKR vs BSC: Principais Diferenças entre as duas Metodologias

Com o objetivo de fazer uma provocação para a reflexão, elaboramos um quadro onde são apresentadas as principais diferenças entre as abordagens dos OKRs e do BSC. Ele tem a finalidade de apoiar os gestores na tomada de decisão sobre qual é o modelo de gestão mais aderente à cultura da sua empresa.

 

Quadro: OKR vs BSC- Principais Diferenças
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Agora que você já tem uma visão inicial das principais diferenças entre os dois modelos de gestão, é o momento de detalharmos um pouco mais os princípios orientadores de cada um deles. Nesse sentido, iremos explicar os Princípios de Gestão que orientam o Balanced Scorecard e os Princípios de Gestão que orientam os OKRs (Objectives and Key-Result).

 

Os Princípios de Gestão do Balanced Scorecard

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Princípio 1: Traduzir a estratégia em termos operacionais

  • Realizar a inciativa do Balanced Scorecard, tendo como patrocinador um executivo da alta administração que desempenhará o papel de líder do processo.
  • Motivar e dar autonomia aos integrantes da equipe responsável pela implementação do Balanced Scorecard, para que atuem como corresponsáveis do processo estimulando, orientando e educando os colaboradores da empresa.
  • Mobilizar a equipe de colaboradores para que adquiram senso de propriedade do processo de Balanced Scorecard.
  • Implementar modelo de governança corporativa inspirado no Balanced Scorecard, entendido como um sistema de gestão estratégica.

Princípio 2: Alinhar a organização à estratégia

  • Integrar as estratégias das Unidades de Negócios, das Áreas Funcionais e das Equipes multidisciplinares à estratégia corporativa.
  • Promover a sinergia de recursos, conhecimento e competências entre as diferentes áreas da empresa.
  • Utilizar os temas e as prioridades estratégicas como instrumento de gestão e comunicação, substituindo os tradicionais relatórios financeiros.

Princípio 3: Transformar a estratégia em tarefas de todos

  • Difundir a estratégia da sala da diretoria para as equipes operacionais, por meio de diferentes canais de comunicação.
  • Educar toda a equipe de colaboradores da empresa sobre o modelo de negócio e a estratégia corporativa.
  • Definir scorecards individuais, a partir dos scorecards da empresa.
  • Vincular o sistema de remuneração e recompensas ao atingimento dos scorecards individuais e da empresa.

Princípio 4: Converter a estratégia em processo contínuo

  • Elaborar o orçamento a partir dos objetivos estratégicos e das iniciativas priorizadas.
  • Avaliar periodicamente (mensalmente e trimestralmente) nos times gerências e operacionais, a consistência da estratégia.
  • Criar um cultura organizacional que estimule o aprendizado estratégico em todos os níveis da empresa.
  • Desenvolver sistemas de informação e análise que possibilitem criar relatórios gerenciais para a avaliação de desempenho.

Princípio 5: Mobilizar a mudança por meio da liderança executiva

  • Descrever a estratégia utilizando como instrumento de comunicação os mapas estratégicos.
  • Identificar e explicitar as relações de causa e efeito entre os objetivos estratégicos, mostrando como os ativos intangíveis se transformam em resultados financeiros.
  • Desenhar o scorecard de indicadores não financeiros que possibilitem a descrição, a mensuração e a gestão de indicadores qualitativos pela empresa.

 

Os Princípios de Gestão dos OKRs – FACTS

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Princípio 1: Foco estratégico

  • Guiar-se pelo direcionadores estratégicos: propósito, visão, estratégia corporativa e valores para a elaboração dos OKRs;
  • Definir as prioridades e o foco para o próximo ano – sem perder a visão de médio e longo prazo;
  • Formular de 3 a 5 objetivos corporativos ousados;
  • Formular de 3 a 5 resultados-chave corporativos desafiadores.

Princípio 2: Alinhamento aos OKRs Corporativos

  • Alinhar os OKRs de forma top-down: comunicação dos OKRs corporativos pela alta gestão para toda empresa e desdobramento para os demais níveis da empresa.
  • Alinhar os OKRs de forma bottom-up: autonomia para os gestores das diferentes áreas definirem seus próprios OKRs de forma a contribuir com os OKRs corporativos.
  • Alinhar os OKRs de forma horizontal: identificação das interdependências entre os OKRs nos diferentes níveis da organização, melhorando a comunicação e a integração entre as áreas.
  • Mapa dos OKRs: formulação dos OKRs corporativos, dos OKRs das Áreas e dos OKRs das equipes multidisciplinares.
    Alocação de recursos: direciona os recursos humanos, financeiros e de tecnologia para as iniciativas (projetos e planos de ação) que trarão maior resultado para a empresa.

Princípio 3: Comprometimento da Alta Gestão e Colaboradores com os OKRs

  • Trabalhar de forma colaborativa: autonomia para os gestores e as equipes definirem seus próprios OKRs. Essa abordagem eleva a motivação e o comprometimento da força de trabalho com entrega de resultados.
  • Dar transparência aos OKRs: comunicação e o compartilhamento dos OKRs de forma transparente em todos os níveis da empresa, cria um ambiente de pertencimento e senso de propriedade em relação aos OKRs.
  • Realizar as CFRs: processo contínuo de Conversas (one-on-ones, reuniões de equipes e check-ins), Feedbacks (foco no que precisa melhorar, coach e treinamento) e Reconhecimentos (reuniões de vitórias) durante o ciclo de execução dos OKRs.

Princípio 4: Rastreabilidade dos Resultados

  • Classificar os OKRs: é a mensuração do progresso dos OKRs por meio de métricas classificando-os em: vermelho, amarelo e verde. É o momento de também avaliar o moral da equipe para atingir os OKRs.
  • Realizar os check-ins: reuniões semanais de avaliação do progresso (resultados) e das inciativas (projetos e plano de ação) pelas equipes multidisciplinares nos diferentes níveis da organização, de forma colaborativa e coordenada.
  • Prestar contas pelos resultados: compromisso com a entrega dos OKRs nos diferentes níveis da empresa contribui para a criar uma cultura de alto desempenho e baseada na entrega de resultados.
  • Compartilhar Lições aprendidas: discussão e documentação sobre as lições aprendidas durante o ciclo de execução, promove uma cultura de aprendizado, compartilhamento do conhecimento e aplicação das melhores práticas.

Princípio 5: Resultados Ousados

  • Definir objetivos e metas ousadas: OKRs ousados (moonshot) tem por finalidade desafiar o status-quo e criar uma cultura de “pensar grande”, liberando a criatividade e a inovação que estavam adormecidas na empresa.
  • Melhorar o desempenho: um dos principais benefícios em se definir OKRs ousados é o aumento do desempenho dos colaboradores em todos os níveis da organização – metas ousadas motivam e engajam as pessoas a entregarem mais resultados.
  • Avaliar os resultados trimestrais: reunião de check-in trimestral entre a alta gestão e os gestores para avaliar os resultados da empresa no trimestre. É o momento de avaliar o planejado versus o executado.
  • Reflexão de final de ciclo: momento de reflexão onde as lideranças e os profissionais-chave discutem, a manutenção, a exclusão, a alteração ou a criação de novos OKRs para o próximo ciclo. É o início do planejamento dos OKRs para o novo ciclo de execução (trimestre).

 

Analisando os princípios descritos, consideramos importante ressaltar um ponto essencial das duas abordagens: tanto o BSC como os OKRs não se limitam à definição de um conjunto de métricas e KPIs de forma isolada. Elas não tem um foco restrito na gestão de desempenho, mas sim, apresentam um foco mais amplo orientado para a gestão dos resultados da empresa.

OKR vs BSC – Qual Escolher?

A pergunta acima, não pode ser respondida com a facilidade que aparenta ter. Se por um lado, o BSC é uma abordagem clássica de execução da estratégia amplamente utilizada, durante os anos 2000, por grandes empresas e corporações no mundo todo. Os OKRs são uma metodologia emergente, criada na Intel, em meados dos anos 70, que está sendo redescoberta pelas empresas. É utilizada com muito sucesso pelas maiores empresas de tecnologia do Vale do Silício, sendo o principal case de sucesso o Google. 

Acreditamos que mais importante do que responder a pergunta: qual é a melhor metodologia de gestão os OKRs ou Balanced Scorecard? É saber como combinar o melhor das duas abordagens para aprimorar a execução da sua empresa e a entrega de resultados pelos gestores e equipe de colaboradores.

Qual metodologia adotar? A resposta é sua!

 

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